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Diálogo entre poder público, entidades parceiras e munícipes marca Fórum Municipal de Atenção à Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo

Diálogo entre poder público, entidades parceiras e munícipes marca Fórum Municipal de Atenção à Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo
Diálogo entre poder público, entidades parceiras e munícipes marca Fórum Municipal de Atenção à Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo

Um dia de escuta, diálogo e debate sobre o atendimento às pessoas com autismo no município, avanços, carências e perspectivas foi o fio condutor do Fórum Municipal de Atenção à Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

O evento promovido pela Prefeitura de Caraguatatuba por meio da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso (Sepedi), teve como objetivo envolver servidores das secretarias de Assistência Social, Educação e Saúde, entre outras, representantes de entidades socioassistenciais parceiras, pessoas com TEA e familiares, numa roda de conversa sobre o que é de fato uma política municipal de atendimento, quais os maiores desafios e necessidades locais.

#PraTodosVerem Grupo de debate.Participantes do Fórum discutem sobre necessidades das pessoas com TEA em Caraguatatuba (Fotos: Dony Machado/PMC)

De acordo com a secretária da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso, Ivy Malerba, a partir desse encontro, o governo municipal pode planejar as ações prioritárias que atendam às necessidades desse segmento da população.

Entre as sugestões levantadas pelos participantes estão o aumento de equipe multidisciplinar que facilite o diagnóstico precoce e a contratação de neuropediatra, entre outras.

Uma das participantes, a psicóloga Naiara Rios, é casada com um autista que teve o diagnóstico somente aos 32 anos. Ela avaliou o encontro positivamente no sentido de discutir com diversas pessoas o que pode ser aperfeiçoado e melhorado nos serviços prestados aos autistas pelo município.

A gestora comercial, Ariane Proença, autista e também mãe de uma menina com TEA disse que deve haver mais eventos como esse para discutir e garantir os direitos dos autistas na rede pública. “Precisamos de mais profissionais capacitados na rede, bem remunerados para que tenhamos um tratamento de qualidade e com continuidade”, declarou.

#PraTodosVerem Grupo de debate.Participantes do Fórum discutem sobre necessidades das pessoas com TEA em Caraguatatuba (Fotos: Dony Machado/PMC)

“Caraguatatuba tem políticas diferenciadas quando comparada a outros municípios, no que tange a políticas inclusivas. O Fórum foi importante para discutirmos o tema TEA, olhar para a evolução que houve em relação ao entendimento e tratamento das pessoas com autismo e ampliar o olhar para esse segmento da população”, disse a secretária da Sepedi.

Malerba acrescentou ainda que as ações de conscientização do autismo vão para além da data do dia 2.

“Ações de capacitação e discussão acerca do tema acontecerão na Secretaria de Saúde, para atingir, em especial, os agentes comunitários de saúde, e na de Educação, com os agentes de apoio escolar; e na de Assistência Social junto aos educadores sociais, entre outros”, declarou.

O Fórum Municipal de Atenção à Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) foi realizado no Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência e do Idoso (Ciapi), no bairro Jardim Jaqueira, dia 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

Depoimento, palestra e lançamento de livro

#PraTodosVerem A empresária Myrlene Veneziani fala ao microfone sobre sua experiência como mãe de um jovem com autismo. Ela é uma senhora loira e usa uma camiseta branca. (Fotos: J.C Curtis Alemão)

Na parte da manhã, o evento teve um breve depoimento da empresária Myrlene Veneziani, mãe de quatro filhos, duas mulheres e dois homens, entre eles Marco Antônio, 37 anos, autista.

“Estamos muito longe de uma sociedade inclusiva, que reconhece e acolhe as pessoas com deficiência, principalmente com autismo. Recentemente meu filho foi agredido na rua, em São José dos Campos, por um indivíduo intolerante, que não teve a percepção e a compreensão de lidar com uma pessoa com TEA. Cada um, aqui, presente, deve fazer sua parte com ações efetivas para construirmos um ambiente social mais inclusivo”, declarou Veneziani.

#PraTodosVerem A psicóloga e filósofa, Michele Castro Cardoso, ministrou palestra com o tema “Transtorno do Espectro do Autismo – “Perspectivas atuais: do diagnóstico às intervenções ao longo da vida”. Ela é uma mulher jovem de cabelos castanhos, usa óculos, e está com um vestido preto com bolinhas brancas e flores bordadas (Fotos: J.C Curtis Alemão)

Em seguida, a psicóloga e filósofa, Michele Castro Cardoso, ministrou palestra com o tema “Transtorno do Espectro do Autismo – “Perspectivas atuais: do diagnóstico às intervenções ao longo da vida”.

A também mestre em Análise do Comportamento Aplicada (ABA em inglês), discorreu pelo conceito do espectro autista, níveis de gravidade, comorbidades, sinais apresentados pelo bebê, fatores de risco para o nascimento de uma criança com autismo como idade avançada dos pais, tabagismo materno, uso de antidepressivos, sofrimento fetal e prematuridade. De acordo com dados trazidos pela psicóloga, até o momento, foram identificados 130 genes relacionados ao autismo.

Cardoso deu exemplos de casos clínicos atendidos por ela e chamou a atenção para o fato de que autistas não são “anjos”. “Eles têm vontades, desejos, necessidades, em cada faixa etária, que precisam de atenção e acompanhamento”, ressaltou.

#PraTodosVerem A pedagoga e escritora, Marisa Amaral, mãe de uma adolescente com TEA, de 16 anos, que resultou na publicação “Quando o amor encontra respostas – descobrindo a beleza da singularidade no espectro do autismo”, está sentada com vários livros sobre à mesa. (Fotos: Dony Machado/PMC)

À tarde, a pedagoga e escritora, Marisa Amaral, contou sobre sua experiência como mãe de uma adolescente com TEA, de 16 anos, que resultou no livro “Quando o amor encontra respostas – descobrindo a beleza da singularidade no espectro do autismo”.

Marisa contou que a filha a partir dos cinco anos passou a perder habilidades de se relacionar socialmente. Aos 10 anos, com o divórcio dos pais, mãe e filha foram buscar ajuda profissional e acabaram por descobrir o autismo da menina.

“O dia do laudo, foi o dia em que a terra parou. Perguntava-me por que com minha filha? Por que comigo? Tive que processar o diagnóstico com todas as emoções que envolviam minha separação”, contou.

A princípio a filha não aceitou o diagnóstico. Mas, aos poucos, foi se aceitando, se conhecendo e passou a contar aos colegas e amigos sua condição atípica.

“Digo à minha filha que o autismo não a define e que seu potencial é enorme. Tanto que estou preparando-a para fazer vestibular e morar fora. Nesse sentido, construir uma rede de apoio é fundamental. Não é fácil, mas é possível. A maternidade atípica mostra a capacidade enorme do amor”, disse.

Entre 15h e 16h30, os participantes se dividiram em quatro grupos de discussão sobre a situação da pessoa com TEA por faixa etária: até 6 anos; 7 a 14 anos; 15 a 17 anos; e 18+. Os apontamentos e demandas levantados serão consolidados pela equipe da Sepedi e se tornará um documento norteador das ações da secretaria no que diz respeito à condução de políticas públicas para as pessoas com TEA.

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