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Empreeenda Caraguatatuba: Especialista aborda questões da Pessoa com Deficiência no mercado de trabalho
Empreeenda Caraguatatuba: Especialista aborda questões da Pessoa com Deficiência no mercado de trabalho
Uma das atrações no primeiro dia de palestras do Empreenda Caraguatatuba foi a abordagem do tema “Fomento no Mercado de Trabalho e Empregabilidade da Pessoa com Deficiência”, com a fonoaudióloga responsável pelo Setor de Planejamento e Atendimento da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso (Sepedi), Paula Hiromi Kavadi.
Ao iniciar a abordagem, a profissional pediu aos presentes para avaliar o quão desafiador é entrar no mercado de trabalho, ainda mais em tempos de pandemia, sendo mais complexo ainda para a pessoa com deficiência (PcD).
Para ela, um dos pontos chave da relação entre o PcD, que busca emprego, e o empregador é estabelecer uma boa comunicação, tanto no momento de oferecer a vaga como também no dia a dia da empresa, no exercício da função.
“O cumprimento de metas e resultados só será obtido se houver clareza na comunicação e certeza da compreensão do solicitado”, destaca Paula Hiromi.
Ao solicitar a participação da plateia sobre o qual sentimento que uma pessoa com deficiência causa no mercado de trabalho, Kavadi recebeu o retorno de palavras como “desconhecido”, “medo”, “insegurança” e, na maioria, “dificuldade”.
Para romper com a dificuldade em lidar com PcD no serviço ou socialmente, Paula Hiromi disse que, em primeiro lugar, é atentar para a pessoa e não para a deficiência, também se informar sobre as várias formas para melhorar a comunicação com as pessoas com deficiência.
“Relacionar-se com um autista, com um cego, um deficiente intelectual, um surdo é diferente assim como a comunicação a ser estabelecida com cada uma dessas pessoas. O primeiro olhar é de julgamento. A gente julga o tempo inteiro e isso dificulta a aproximação e a comunicação com as pessoas com deficiência”, afirmou.
Para Kavadi, a desconstrução dos preconceitos é primordial para se permitir conhecer as competências de cada PcD, visando melhor relação entre a vaga, a função e a participação pessoa com deficiência como colaboradora.
No decorrer da palestra, Paula Hiromi apresentou alguns depoimentos de pessoas com deficiência que estão empregadas em Caraguatatuba, como casos de sucesso na relação empregador e colaborador com deficiência.
Entre elas, a pedagoga Ana Canuto, que é cadeirante. “Já trabalhei em vários lugares, inclusive como frentista de posto de gasolina e hoje estou concursada no serviço público. Posso garantir que uma PcD no ambiente de trabalho promove a competitividade, a diversidade, a mudança de paradigmas. Para um cadeirante, por exemplo, às vezes é só mudar os móveis de lugar para recebê-lo”, destacou.
Outro que contou sobre sua experiência foi Lucas Henrique Gomes Soares, 29 anos. Ele é surdo e trabalha desde os 19 anos. Soares se expressou por meio de Libras e, com o apoio da intérprete Thaísa Vida Leal, disse que a maior dificuldade que enfrenta é realmente com a comunicação entre os colegas e com a chefia.
“Normalmente não há pessoas que saibam Libras, então, falta paciência para me explicarem o que devo fazer e como devo fazer. Fico muito sozinho e isso não é bom. Mas não desisto. Quando alguém quer aprender Libras, ensino com toda paciência. Vou continuar no mercado mostrando meu valor, minhas capacidades”, afirmou.
Entre o público presente estava o empresário Daniel Vinícius de Moraes, proprietário do restaurante Le Cheff, que relatou estar ali para compreender e aprender a melhor forma para receber pessoas com deficiência na sua equipe.
“Empreguei por três anos um rapaz que fazia entrega de bicicleta, que tem deficiência intelectual e psicossocial mental (bipolar). A experiência foi muito boa, ele atendia muito bem os clientes. Quero trilhar novos horizontes na empresa e quero me preparar, me capacitar para receber novamente pessoas com deficiência na minha equipe”, disse.
Ao final, Paula Hiromi reforçou o papel da Sepedi em auxiliar a pessoa com deficiência e o empregador nas relações de trabalho.
“Temos hoje 21 empresas que empregam pessoas com deficiência em Caraguatatuba e todas tiveram o apoio da Sepedi. Nunca tivemos nenhuma reclamação por parte do empregador. Deixo o recado aos empresários que deem a oportunidade às pessoas com deficiência. Vocês podem se surpreender positivamente. Procurem a equipe da Sepedi que estamos disponíveis para auxiliá-los nesse processo”, concluiu.
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