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Caraguatatuba é medalhista na mais importante Olimpíada de História do país
Caraguatatuba é medalhista na mais importante Olimpíada de História do país
Caraguatatuba conta este ano com três medalhistas e mais três competidoras que chegaram à semifinal da maior Olimpíada de História do país, a 3ª Olimpíada Nacional em História do Brasil Aberta para Todos (ONHB-A), um projeto de extensão da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desenvolvido pelo Departamento de História.
A trajetória vitoriosa dessas alunas da rede particular de ensino começou com o convite feito pelo professor Emerson Reis de Oliveira, que leciona não só na rede particular, como também na rede pública, na EMEF Prof. Antonio de Freitas Avelar.
O professor Emerson vibra com a vitória das alunas, destacando que é a primeira vez que Caraguatatuba é medalhista desta importante olimpíada de âmbito nacional. O professor conta que, desde 2011 indica alunos para essa competição, lembrando que só deu uma pausa durante a pandemia de Covid-19. “Todos os anos, convido alguns alunos de ambas as redes, pública e privada para a ONHB-A”.
“Costumo fazer o convite para alunos que demonstram mais interesse nos estudos, que têm aptidão para a área de humanas, que são disciplinados. E conhecendo bem a Unicamp e seus propósitos com a Olimpíada, minha escolha é direcionada aos alunos que tem perfil semelhante”, explica.
Uma competição difícil
A Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) é um projeto que iniciou no ano de 2009, no âmbito do Museu Exploratório de Ciências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e elaborado por docentes e pós-graduandos do Departamento de História da universidade. Ao longo de quase 12 anos, a ONHB já teve cerca de 450 mil participantes, orientados por professores de história de suas escolas, públicas ou privadas.
Com a ONHB-A, a Unicamp visa ampliar o acesso ao conhecimento sobre a História do Brasil a um público que não está, necessariamente, vinculado ao ambiente escolar. A ONHB-A é uma versão da ONHB, 100% online, gratuita e aberta a qualquer pessoa acima de 12 anos. Ao todo, são realizadas quatro fases com questões de múltipla escolha e tarefas. A prova traz assuntos interdisciplinares, como geografia, literatura, arqueologia, patrimônio cultural, urbanismo, atualidades, entre outros.
Segundo o professor Emerson, trata-se de uma competição difícil, com um sistema eliminatório rigoroso até chegar a final. “E o interessante é que não há uma única resposta correta entre as alternativas. Pode haver mais de uma resposta correta, mas com pesos diferentes, o que faz a diferença no resultado final e o que faz com que o candidato tenha que raciocinar muito mais antes de responder”.
As medalhistas
Na equipe medalhista estão Lavínia Macedo Rezende, Samara Birznieks Antoniol Vasconi e Luiza Camara Barrios. Apaixonadas por História, todas demonstram uma enorme vocação para a área de humanas.
Lavínia tem 15 anos, cursa o 1° ano do ensino médio e planeja estudar Relações Internacionais. Segundo ela, é necessário dedicação para participar da Olimpíada. Ao falar de sua relação com a História, Lavínia diz que acha interessante e que gosta da interatividade das aulas. “O passado é o reflexo de na nossa sociedade hoje”, diz ela.
Para Samara, 15 anos, também cursando o 1° ano do ensino médio, vencer a Olimpíada é muito bom. “Sempre gostei de História e particularmente História da Arte”. Ela conta que ainda não sabe que carreira seguir. Diz que está em dúvida entre ser piloto de avião comercial ou arquiteta. O que está decidido de fato é que ela participará da ONHB novamente em 2024.
Quem ainda não tem nenhuma ideia da profissão que vai seguir é Luiza. A medalhista de 15 anos, nascida em Caraguatatuba, não nega que gosta de História. Sobre a matéria que não gosta de encarar, ela responde rapidamente: “Matemática”. Luiza pode não saber qual carreira seguir, mas já demonstra ser uma forte candidata a vaga de professora de História.
As semifinalistas foram Bianca Langeli, Daniella Moreira Leite Miranda e Verônica Lanzani.
“Estou sempre ligada nas notícias e sempre gostei de leitura”, conta Daniella, 17 anos, do 2º ano do ensino médio. Há dois anos morando em Caraguá, ela conta que no ano passado, conheceu a ONHB por meio do Professor Emerson e teve a oportunidade de competir. “Gostei tanto que este ano, fiz questão de participar também”.
Bianca, 16 anos, também do 2º ano, comenta que para ela, a competição é tranquila e que fica a vontade na área de humanas. Observa que, o que a faz ser uma apaixonada por História são as aulas do professor Emerson. “Ele explica de forma didática e interessante. Ele nos desperta o interesse porque faz parecer que a História não passa de uma grande fofoca”.
O professor Emerson parece se divertir com o resultado positivo de suas aulas. “A sensação de ver essa vitória é indescritível. É quase que um dever cumprido. Mas o que eu gostaria mesmo é de ver alunos e alunas se tornando professores de história, ou diplomatas”.
Emerson destaca ainda que a Olimpíada, para ele, vai além das competições. A participação na ONHB tem o objetivo de despertar a visão crítica de seus competidores para questões como a pluralidade de gênero, de raças, de religiões. É uma competição que aguça a liberdade intelectual, despertando o senso crítico e a análise dentro de contextos históricos.
Enquanto comemora essa conquista, o professor já faz planos para 2024 marcar a presença de Caraguatatuba na 4ª Olimpíada Nacional em História do Brasil Aberta para Todos (ONHB-A).
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